segunda-feira, 10 de maio de 2010

França: Paris

Cidade de rara beleza arquitetônica e urbanística, Paris viveu e encarnou todos os passos decisivos da história da França. Durante séculos se manteve como o centro urbano de maior influência cultural e política, não apenas sobre a Europa como sobre os outros continentes, a ponto de merecer, com freqüência, o epíteto de "capital do mundo".

Paris, capital da França, localiza-se na parte central da região norte do país. É cortada pelo rio Sena, que forma as ilhas da Cité e de Saint-Louis e divide a metrópole em duas partes. Estende-se por uma superfície de 105km2 (além de 2.100km2 da área metropolitana, ou "Grande Paris"). Sua região é integrada por oito departamentos, numa planície limitada, ao sul, pelas colinas de Butte-aux-Cailles e Sainte-Geneviève e, ao norte, pelas de Ménilmontant, Belleville, Montmartre e Passy. O clima é temperado oceânico, com verões relativamente quentes e invernos pouco rigorosos. Sua privilegiada localização como encruzilhada natural conferiu-lhe importância comercial e política desde a antiguidade.

Histórico. A cidade foi fundada sobre a Cité, ilha do Sena ocupada pela tribo gaulesa dos parísios, que mais tarde dariam o nome à cidade. Durante o Império Romano, foi conquistada e chamada Lutécia por seus novos senhores. Estendeu-se então pela margem direita (norte) do Sena, mas com o início das invasões bárbaras, no século III da era cristã, a população recolheu-se novamente à ilha da Cité, onde foi construída uma extensa amurada defensiva.

O nome de Paris foi adotado no início do século IV. Duzentos anos mais tarde, os francos sálios apropriaram-se da cidade e Clóvis transformou-a em capital do reino merovíngio. Os governos estáveis que se sucederam estimularam-lhe o crescimento demográfico e econômico. Essa época de esplendor teve seu ponto culminante no reinado de Filipe Augusto, entre 1180 e 1223, durante o qual a maior parte da cidade passou por consideráveis melhorias.

No século XIV, a peste negra, a guerra dos cem anos e sucessivas revoltas populares dizimaram a população e reduziram-lhe o ritmo de desenvolvimento. Paris entrou, assim, num período de decadência que se prolongou até 1444, quando Carlos VII firmou uma trégua com os ingleses. Em 1528, durante o Renascimento, Francisco I abandonou os castelos do Loire e adotou Paris como capital de seu reino, o que voltou a estimular o crescimento da cidade. Construíram-se, nessa fase, mansões de estilo renascentista, destinadas à burguesia e à nobreza, que modificaram a aparência medieval da cidade. No período subseqüente, todavia, as guerras de religião e a instabilidade provocada pelas crises econômicas fizeram de Paris uma cidade insegura para a monarquia. Foi por isso que Luís XIV, ao assumir o poder, decidiu transferir a corte para Versalhes.

A cidade voltou a revigorar-se com a revolução francesa, iniciada em 1789, que reforçou o centralismo da capital. No século XIX, com o início da era industrial, construíram-se fábricas, estradas de ferro e iluminação noturna. Em meados do mesmo século, o barão Georges-Eugène Haussmann iniciou os projetos de reforma urbana que deram origem à estrutura da Paris moderna.

Esse desenvolvimento foi temporariamente suspenso com a derrota dos franceses na guerra franco-prussiana de 1870, a que se seguiu a breve instauração da comuna, durante a qual foi incendiado o palácio das Tulherias. A primeira metade do século XX foi marcada pelas duas guerras mundiais e pela ocupação alemã de 1940 a 1944, que Paris suportou sem grandes danos para seu admirável acervo de relíquias e monumentos.

Na década de 1960, foram implementados vários projetos de descentralização dos controles administrativos e de engenharia do tráfego, com o fim de atenuar os problemas de congestionamento provocados pelo enorme crescimento do aglomerado urbano. Na mesma década, em 1968, Paris foi centro do movimento de contestação estudantil, chamado revolução de maio, que se estendeu a toda a Europa, com reflexos em outros continentes.

Descrição urbana. O centro da capital, a Paris histórica, está dividido pelo Sena em três áreas distintas. A ilha da Cité, rodeada pelos dois braços do Sena, passou a centralizar o poder administrativo e a autoridade eclesiástica. As duas outras zonas, às margens direita e esquerda do rio, rive droite e rive gauche, abrigam respectivamente o núcleo econômico-financeiro e a vida cultural da cidade. A estrutura administrativa parisiense é muito peculiar. A cidade se divide em vinte distritos municipais denominados arrondissements (circunscrições) e numerados a partir do núcleo central, o distrito do Louvre, em espiral até os subúrbios. Cada arrondissement tem sua administração própria e características bem definidas, pois a maioria teve origem na absorção das pequenas cidades que surgiram em torno da metrópole.

A partir da década de 1960, ocorreram na área metropolitana parisiense dois fenômenos demográficos paralelos: o aumento da população da periferia, principalmente em conseqüência da chegada de imigrantes estrangeiros provenientes do sul da Europa e do norte da África, e a redução da taxa demográfica no centro propriamente dito.

Paris, além de núcleo político, administrativo e cultural da França, é seu coração econômico. Cidade muito industrializada, os setores mais desenvolvidos são os de fabricação de produtos químicos, material elétrico, automóveis, produtos alimentícios e têxteis. A indústria, progressivamente, estendeu-se em direção aos subúrbios. As mercadorias de luxo, como os produtos da alta costura e de joalheria, a perfumaria, o mobiliário e a decoração, têm especial importância para Paris e gozam de prestígio mundial, assim como, devido a sua condição de principal centro financeiro da França, todos os grandes bancos, nacionais ou internacionais, estão representados na cidade.

Famosa em todo mundo, a Universidade de Paris inclui faculdades como a Sorbonne, fundada por volta de 1257 e localizada no Quartier Latin, na rive gauche. A cidade também é sede da United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO; Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Os meios de transporte da metrópole são dos melhores do planeta, graças à excelente rede de metrô, terceira do mundo em extensão, e aos serviços de ônibus. A rede ferroviária francesa tem forma radial, e Paris ocupa-lhe o centro. Os aeroportos internacionais são três: Orly, Charles de Gaulle e Le Bourget.

Mais de dois mil anos de história reuniram em Paris monumentos como a catedral de Notre-Dame, que data do século XIII; o arco do Triunfo, unido pelos Campos Elíseos à praça da Concórdia e aos jardins das Tulherias; o Museu do Louvre, com extraordinária coleção de pinturas e esculturas; a célebre torre Eiffel, construída por ocasião da exposição internacional de 1889; e, entre os edifícios modernos, o Centro Cultural Georges Pompidou.


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