segunda-feira, 10 de maio de 2010

Grécia: Atenas

Berço da civilização ocidental, a cidade que foi mãe ou protetora de gênios universais das artes, da literatura, da filosofia e da política é hoje uma encruzilhada das culturas e estilos de vida da Europa e do Oriente.

Atenas fica numa árida planície da região da Ática, não muito longe da costa do mar Egeu. Seu clima é benigno, tipicamente mediterrâneo, com temperaturas médias que oscilam entre 0o C no inverno e 37o C no verão.

A história continua presente na moderna Atenas, capital da Grécia. Como maior símbolo de seu glorioso passado cultural, a Acrópole exibe as soberbas ruínas de seus edifícios, dominados pela silhueta do Pártenon, o templo erguido no século V a.C., em homenagem a Atena Parthenos, a quem era dedicada a cidade. Esse passado histórico e lendário deixou uma viva marca na vida dos atenienses, inclusive em sua maneira de ser.

A cidade antiga. O primitivo agrupamento urbano se estendia sobre várias colinas, entre as quais se destacam as de Egaleo, Parnes, Pentélico, Himeto, Licabeto e da Acrópole, esta última a mais importante do ponto de vista estratégico, histórico e cultural. Embora no início sede do governo, muito cedo a Acrópole se converteu em lugar dedicado aos deuses. Em seu topo, além do Pártenon, ergueram-se, entre outros, os templos dedicados a Atena Nike, o Erectêion e os altares de Zeus e de Atena. Em torno da acrópole ficavam outras edificações igualmente notáveis, como o templo e o teatro de Dioniso, o Odeon e o recinto de Esculápio. Adiante, situavam-se a ágora ou praça pública, o templo de Teseu e o tribunal de justiça, este na colina do Areópago.

Atenas conheceu grande esplendor como cidade-estado durante o governo de Péricles, no século V a.C., mas depois da guerra do Peloponeso começou a perder importância política, ainda que mantivesse o prestígio cultural. No século III da era cristã, foi saqueada pelos hérulos e, depois, os imperadores bizantinos anularam sua influência cultural em favor de Constantinopla. Durante a Idade Média, enfraqueceu-se a vida da cidade, que em 1204 caiu nas mãos dos guerreiros da quarta cruzada. Em 1311 o ducado de Atenas foi conquistado pelos catalães, e em 1456, pelo império turco otomano, ficando reduzido a uma pequena população de cerca de cinco mil habitantes. Conquistada pelos venezianos em 1687, um ano depois a cidade voltou ao domínio dos turcos. Os museus da Acrópole, Arqueológico Nacional e Bizantino conservam valiosos vestígios da história antiga e medieval de Atenas.

A Atenas moderna. Em 1821, patriotas gregos se apoderaram da Acrópole, mas os turcos a bombardearam e reconquistaram cinco anos depois. Em 1833, depois da independência, Atenas tornou-se capital do novo estado. Nessa época, sua população era de apenas quatro mil habitantes, alojados em construções precárias, ao pé da colina da Acrópole. O rei Oto I, que levara consigo uma equipe de engenheiros e arquitetos alemães, iniciou a construção da cidade nova sobre as ruínas deixadas pelos longos anos de lutas, planejando-a segundo as idéias arquitetônicas de seu tempo e de seu país (Alemanha), no chamado estilo otoniano.

Decisivo para o desenvolvimento da cidade foi o porto do Pireu, o mais importante do país, situado a cerca de oito quilômetros do centro de Atenas. A construção da ferrovia de Atenas até o Pireu, um grande passo urbanístico, coincidiu com um plano de desenvolvimento em direção ao sul e ao sudeste. Outro acontecimento de destaque foi a reconstrução do estádio Panatenaico, sede principal dos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, realizados em 1896.

O desenvolvimento urbanístico foi acompanhado de notável crescimento da população, de tal modo que, por volta de 1907, esta já havia chegado a quase 170.000 habitantes, num ritmo acelerado que só se deteve durante a primeira guerra mundial. A partir de 1921, em conseqüência da guerra entre Grécia e Turquia, deu-se a chegada maciça de mais de um milhão e meio de imigrantes de origem grega, procedentes da Anatólia, na maior parte muito pobres. Apesar dos esforços dos governantes para distribuir os recém-chegados por todo o país, a grande maioria se estabeleceu nos arredores de Atenas e do Pireu, com o que a população total da área chegou a mais de 700.000 habitantes.

A vida da cidade sofreu profundo colapso durante a ocupação alemã, na segunda guerra mundial. Depois da retirada das forças estrangeiras, a guerra civil agravou a situação de Atenas e de seus edifícios. Posteriormente iniciou-se novo estímulo à edificação urbana e a capital se expandiu em direção ao Pireu, que se modernizou, no aspecto urbanístico. A grande Atenas chegou a alcançar uma superfície superior a 400km2, com notável densidade de construção. O aeroporto da capital, situado na parte sul, foi ampliado, para receber o grande afluxo de turismo externo.

Economia. Depois da segunda guerra mundial, Atenas tornou-se importante centro mercantil de exportação e importação e o Pireu ocupou o posto de principal núcleo manufatureiro da Grécia. Atenas concentra metade das indústrias do país, e sua renda por habitante fica bem acima da média nacional. Fábricas de tecidos, destilarias, ateliês de cerâmica, moinhos de farinha, curtumes, indústrias químicas e confecção de tapetes são os principais destaques da atividade industrial ateniense. As exportações incluem azeite de oliveira, tomate, vinhos, cimento, bauxita e manufaturas têxteis.

O número de navios mercantes registrados em portos gregos, principalmente no Pireu, cresceu muito desde que os armadores responderam positivamente ao apelo feito pelo governo em 1960, no sentido de que pusessem suas frotas sob a bandeira grega. Em Atenas se concentram mais da metade dos veículos do país. O sistema urbano de comunicações compreende uma rede de trens e metrô, ônibus e trolebus. A principal estação de trens, Larissa, liga a cidade ao resto do país e ao continente.


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