segunda-feira, 10 de maio de 2010

Inglaterra: Londres

"Quando um homem está cansado de Londres, está cansado da vida, porque em Londres há tudo o que a vida pode oferecer." Nessas palavras do escritor britânico Samuel Johnson se resume a diversidade da capital do Reino Unido.

Londres situa-se às margens do rio Tâmisa, no sudeste da ilha da Grã-Bretanha, ao longo de 64km rio acima a partir do estuário. Além de capital do Reino Unido, a cidade é sede da Comunidade Britânica de Nações. A Grande Londres tem forma ovalada e, no núcleo central, que ocupa aproximadamente um sexto da área total, está a City, coração da cidade, onde se encontram os locais históricos e as instituições financeiras. Dentro da divisão territorial do país, a cidade compreendia tradicionalmente o condado de Londres, criado em meados do século XIX para dar unidade administrativa ao conjunto urbano (formado pela City e 28 distritos metropolitanos), e parte dos condados limítrofes. Em abril de 1963, a cidade ganhou um novo plano administrativo, pelo qual os condados de Londres e Middlesex formaram a Grande Londres, com 32 distritos e a City. A Grande Londres se estende por ambos os lados do Tâmisa num raio de mais de 25km.

O clima da cidade é típico do leste das ilhas britânicas. O parque de Saint James, no centro de Londres, registra temperaturas -- não extremas -- de 3o C em janeiro e 22,5o C em julho. Desde que entrou em funcionamento o Estatuto de Limpeza Atmosférica de 1956, a famosa névoa densa londrina diminuiu, a visibilidade aumentou e reduziu-se consideravelmente a poluição.

Lyn Din foi o nome que os celtas deram ao núcleo original da cidade. No século I a.C., os romanos chamaram-na Londinium e construíram a primeira ponte sobre o rio Tâmisa, precisamente no lugar onde depois foi erguida a ponte de Londres. Em pouco tempo, Londinium transformou-se numa das cidades mais prósperas do Império Romano. Durante o domínio saxão, foi construída a catedral de São Paulo. A importância política, financeira e militar da cidade ficou clara depois da conquista viquingue, em 1066. Guilherme I o Conquistador iniciou a construção da Torre Branca, que logo se tornaria o núcleo da torre de Londres, famosa tanto pela beleza de sua construção militar como por haver servido de prisão a personagens famosos considerados inimigos do estado. O primeiro prisioneiro da torre foi o arcebispo de Durham, em 1101, e o último, durante a segunda guerra mundial, o líder nazista Rudolf Hess.

No século XII estabeleceu-se firmemente a municipalidade, com uma autonomia que conservou ao longo do tempo, favorecida na época medieval pela transferência da corte e do Parlamento para Westminster (hoje dentro da zona urbana londrina). As corporações de artesãos, mais de uma centena em 1400, conseguiram da monarquia poderes que aumentaram sua autonomia governamental, que em parte mantiveram durante os séculos seguintes, como sua intervenção na eleição do alcaide. Em 1664 e 1665, uma epidemia de peste matou mais de 75.000 londrinos e, no ano seguinte, o grande incêndio de 2 a 5 de setembro consumiu quatro quintas partes da City.

Como a ave fênix, Londres ressurgiu de suas cinzas para tornar-se o principal centro comercial e financeiro da Europa. Entre 1689 e 1820, o dinheiro procedente do comércio com as Índias Orientais e Ocidentais havia servido para que famílias poderosas como os Bedford, os Portman e outras edificassem palácios urbanos e para que os pequenos comerciantes tratassem de imitá-las. A estrutura urbanística de Londres melhorou notavelmente com a construção, também, de ruas e vias de acesso.

Na segunda guerra mundial, os bombardeios aéreos destruíram ou danificaram mais de oitenta mil edifícios. O trabalho de reconstrução foi regulamentado por leis sucessivas promulgadas de 1947 a 1968, até que a destruição foi inteiramente reparada. Em Londres encontra-se, na atualidade, a maior bolsa de valores da Europa. A cidade é, além disso, o maior mercado mundial de metais e matérias-primas. Tanto por ferrovia como por rodovia, Londres se comunica com o resto do Reino Unido. Seu porto, típico de estuário, ao qual o acesso só é possível durante a maré alta, é um dos maiores do mundo e o segundo da Europa, depois de Rotterdam. A cidade está unida por via aérea a todos os países e regiões do mundo pelos aeroportos de Gatwick e Heathrow.

Em Londres encontra-se grande diversidade de estilos arquitetônicos e artísticos, esportes, diversões, pontos de interesse histórico, acontecimentos culturais, modas e costumes. Como Nova York, foi um paraíso para refugiados e um caldeirão de etnias e culturas de todo o mundo. Como Paris, atraiu talentos e ambições. Como Roma, foi centro de um vasto império e acumula muitos dos tesouros de todas as civilizações de que a história guarda lembrança. É uma cidade suntuosa, repleta de palácios soberbos e grandes parques, mas também é aprazível, com belas casas particulares e jardins privados. Seus bairros e distritos parecem estar dispostos para satisfazer todas as exigências: a tranqüila Belgravia, o artístico Chelsea, o elegante Mayfair, o imperial Westminster, o radical Islington, o italianizado Soho, o islâmico Bayswater e tantos outros que transformam a cidade numa capital singular.

A cidade tem cinco grandes orquestras e mais de cinqüenta salas de espetáculo. Em seus numerosos museus estão guardadas coleções de todas as culturas e estilos artísticos e entre eles se destacam o Museu Britânico, a National Gallery, a Tate Gallery e a Wallace Collection. Entre os edifícios e lugares mais notáveis figuram, além dos já citados, o palácio de Buckingham, residência real; o palácio do Parlamento, onde se encontra a torre do Big Ben; e diversos parques e jardins, como Hyde Park, Kensington Gardens e Regent's Park. A Universidade de Londres e outras instituições de ensino superior atraem estudantes de todo o mundo.

Londres é uma cidade onde o inovador e o ousado caminham lado a lado com o tradicional e o imutável, e parecem conviver em paz. Uma caminhada por Londres revela cabelos de todas as cores, roupas de todos os estilos, executivos de cartola e guarda chuva no braço, soldados vestidos como no tempo de Henrique VIII, carruagens reais, indianos, árabes, tribos punks, darks e simpáticas velhinhas que se reúnem para o chá das 5.

De um lado o poste da estação de metrô Westminster, a mais moderna da cidade, e que dá acesso a um mundo subterrâneo de alta tecnologia, e do outro a torre do Big Ben, que há 150 anos permanece marcando as horas da mesma forma, com as mesmas monótonas badaladas e mesma conhecida melodia. Num lugar com tantos contrastes, é impossível ficar indiferente ao que acontece à sua volta. E justamente por tudo isso e muito mais, Londres é cidade encantadora.

Todo passeio em Londres deve incluir a Oxford Street, o centro do centro, coração comercial de Londres, com lojas de todo tipo, e um movimento frenético.  O detalhe que a torna ainda mais especial são as filas dos tradicionais ônibus vermelhos, que vão daí para todos os pontos da cidade, e são uma unanimidade na preferência dos turistas.


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